A Rosa e o Cravo

Tamara Franklin

Compositor: Não Disponível

Rosa cismou que tava apaixonada
E não largava por nada seu Cravo que é de fé
Montou casa pra ela, lá no alto do morro
E ela comprou lençol, vasilhas Tupperware

E Foi sem dizer nada, morar com o camarada
Que conheceu no samba que rola na Sumaré
Roletou no cabana e acordou na cama
O preto era bacana, levou até café. (vai vendo!)

Cheiroso, bem vestido, bem apessoado
Bem aparentado o cravo falava mansin
Tinha o toque da seda, e o pulo do gato
171 nato, nervoso e ela dizia “esse é pra mim”

O cravo era mestre sala na Imperavi de Ouros
Rosa era passista na Cidade Jardim
Rosa era galão da massa e o cravo raposa criada
Passou o trinco na porta pra ela não sair

Cortou a tira da sandália, jogou fora a maquiagem
Escondeu o tapa sexo, amassou a aramagem
Queimou toda a fantasia, de ser feliz um dia
E foi quarta feira de cinzas antes do fim da viagem

Esses romances que prendem a gente, sufocam
O Cravo brigou com a Rosa
E a Rosa chorou calada
Essas paixões violentas que matam e cortam
O Cravo se sentou o rei da cocada
E a Rosa despedaçada

Mas Rosa tinha o topete alto e pulou a janela
Enquanto o cravo farreava, gastando o dinheiro dela
Chegou no outro dia às seis, virou toda a favela
Encontrou a Rosa dormindo na casa da Gabriela

Ela falou que não ia e ele arrombou o portão
Um rabo de arraia e a rosa caiu no chão
Foi a gota d’água, ia se vingar
Nunca foi de desaforo, machista não passará

Pôs o Cravo de joelhos, fez ele implorar
Teve que pedir arrêgo, quase morreu de chorar
Lembrou o nome da mãe, inventou santo pra orar
Cabulosa, a Rosa era faixa vermelha em Krav Maga

Esses romances que prendem a gente, sufocam
O Cravo brigou com a Rosa
E a Rosa chorou calada
Essas paixões violentas que matam e cortam
O Cravo se sentou o rei da cocada
E a Rosa despedaçada

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